Num tempo em que a
cultura ainda é vista como sobremesa; num clima em que se dispensa a sobremesa
e se passa ao cafezinho; numa capital em que, em 1954, existiam quatro
bibliotecas municipais, e em 2013, temos duas; numa cidade que tem, desde 1990,
a Lei Orgânica com o capítulo de cultura mais avançado do país, e nunca posto
em prática, ante o tripé de omissão
constituído por governantes, parlamentares e entidades civis; num Recife em que
um magalhônico prefeito se desfaz de dois ônibus-biblioteca com mais de dez
anos de bons serviços, que são prensados e transformados em ferro-velho; sob o império da política cultural
governamental montada nas ações pontuais e no evento pelo evento; ante a
necessidade popular de
comer pelo menos três vezes por dia e alimentar-se,
também , de cultura, dá satisfação ver um grupo como o João Teimoso chegar aos
doze anos de existência, deitando raízes e gerando frutos.Raízes que geraram árvore com safras permanentes. Arvore que abriga cursos, agência de talentos, empresa e saraus de pontes abertas ao encontro de experiências, linguagens artísticas e gerações.
Por tudo isto, brindemos à existência do Grupo João Teimoso, árvore de arte e cultura legando sombra e frutos aos viajantes na linha do Equador.
Autor: Marcelo Mário de Melo